Friday 20 February 2015

1988

(Henrique gritando no megafone e usando balaclava no rosto)


_Dizem pra você:

OBEDECER

_Dizem pra você:

COOPERAR

_Dizem pra você:

TOMAR NO CU!

_Dizem pra você:

FILHA DA PUTA!


(Percussão e solo de bateria, acompanhado pela multidão em coro gritando FILHA DA PUTA! FILHA DA PUTA! FILHA DA PUTA! Solo de Guitarra e continuação com pot-pourri)


_Liberdade de expressão:

DEIXA EU FALAR FILHA DA PUTA: EXPRESSÃO!

_Liberdade de EXPRESSÃO:

DEIXA EU FALAR FIHA DA PUTA: EXPRESSÃO!

Clarissa Lake - FREEDOM OF EXPRESSION! LEMME SPEAK MOTHERFUCKER: EXPRESSION! 

Wednesday 18 February 2015

HSBC


Hospital Central

ALA DA PSIQUIATRIA

Bloco C - Leito 4

Prometeu conversando sozinho:


Prometeu: _Você mentiu pra mim.
Atena: _Eu nunca te prometi nada. 
Prometeu: _Como isso pode ser justo? Como isso pode estar certo? Enquanto eu estou aqui me fudendo, ela está curtindo, esse tempo todo!
Atena: _Isso não é problema seu. 
Prometeu: _Eu não vou ficar de braços cruzados esperando você fazer alguma coisa! Você é inútil e eu odeio você.
Atena: _...
Prometeu: _Enquanto ela ri, eu choro, enquanto ela viaja, eu estou preso, enquanto ela ama e tem milhares de amigos eu estou sozinho. Como que ela ficou rica tão rápido?
Atena: _Ela não está rica. Apenas trabalhando bastante
Prometeu: _O que agora? Uma porra de uma aeromoça?
Atena: _Você não tem autorização pra isso. Ela pode acabar com a sua vida, mesmo sem fazer nada.
Prometeu: _Isso não vai ficar assim Atena! 
Atena: _Se você fugir daqui eu não vou poder te ajudar. 
Prometeu: _Foda-se! 


Enfermeira chegando com uma bandeja prateada na mão e um copo d'água.

Enfermeira: _Olá! Onde está nosso super herói? É hora do remedinho. Você anda conversando muito sozinho meu bem, e tá bem agitado. Toma uma pílula dessa que você vai ficar bem melhor, novinho em folha.
Prometeu: _Porque você não enfia uma no meio do seu rabo? 

Rápido como uma corsa, Prometeu pega o comprimido na bandeja e enfia na boca da enfermeira a força.

Prometeu: _Assim é gostoso?
Atena: _Não faça isso! Pra onde você vai?
Prometeu: _Preciso de dinheiro. Vou pegar o que é meu.


Duas horas depois, no semáforo de um bairro nobre:

Casal se beija dentro de uma Land Rover. 

Prometeu chega quebrando o vidro do carro com a coronha da arma.

Prometeu: _VAI FILHA DA PUTA! DESCE DO CARRO E MÃO NA CABEÇA. VOCÊ TAMBÉM VADIA LORA. VAI ANDANDO OS DOIS. EU DISSE MÃO NA CABEÇA, CARALHO. Quer levar um tiro pra ver se entende?
Vítima Masculina: _Você é da polícia?
Prometeu: _Polícia o caralho mermão! Deita no chão viado. Vem aqui sua vaca ou não ouviu o que eu disse?
Vítima Masculina: _Não machuca ela pelo amor de Deus! Ela acabou de me contar que está grávida.

Prometeu puxa a  vítima feminina pelos cabelos e a arremesa no chão, obrigando os dois a ficar com a mão na cabeça.

Prometeu: _Cadê o cartão do banco?
Vítima Masculina: _No porta luvas dentro da carteira.
Prometeu: _Qual o limite de saque?
Vítima Masculina: _10 mil por dia, mas eu já saquei mil.
Prometeu: _Amarra o braço dela e deixa ela amarrar o seu. Me passa a merda dos celulares. Eu vou ligar o carro e vazar, se eu ouvir um piu eu estouro a cabeça dos dois. Filhos da puta do caralho! Eu passando fome e vocês roubando, roubando e rindo da nossa cara. Como que é agora? O HSBC vai subornar o diabo pra ter a alma de vocês de volta?
Vítima Feminina: _Eu sou apenas gerente de transações financeiras, não tenho nada a ver com o escandâlo!
Prometeu: _Cala a boca vadia não te perguntei nada. Eu poderia matar vocês dois agora, porque tô com uma raiva do caralho. TO ARDENDO POR DENTRO DE RAIVA! Não...agora vocês só vão se cagar de medo.  Vocês vão ficar vivos pra repensar a vida imbecil e corrupta que vocês levam. 
Falow seus arrombado bunda mole. 


Prometeu liga o veículo e sai cantando pneu na avenida. Liga o som e dá uns tiros pro alto. 

Prometeu: _Perdão pai. Eu não queria que fosse desse jeito. Eu queria ser honesto. Mas honesto é a mesma coisa que tolo. E eu não sou tolo. Todos estão roubando, inclusive ela! Ninguém ganha tanto dinheiro tão rápido assim. Atena não quer me ajudar. Grande amiga. Já que ela não faz nada eu mesmo faço. Vou quebrar o sigilo telefônico e bancário dela. Preciso saber como se ganha tanta grana assim tão rápido. 
Atena: _Eu não vou te perdoar por isso. 


Prometeu mira a arma na cabeça de Atena e dispara. Ela desaparece do banco do passageiro.


Prometeu: _Quem faz a justiça aqui sou eu. 

Clarissa Lake - HSBC


Addendum

Em 1860, guerra terminada (Guerra do Ópio), os ingleses tiveram a ideia de abrir um banco para financiar o comércio baseado no tráfico de drogas. Dessa forma apoteótica, nasceu o HKSC, tempos depois transformado em HSBC (Hong Kong and Shangai Bank Corporation), conhecido de todos nós atualmente. Sua história é o exemplo mais bem acabado de como o desenvolvimento do capitalismo financeiro e a cumplicidade com a alta criminalidade andam de mãos dadas

Professor Vladimir Safatle

Tuesday 17 February 2015

Warning

Kalon Kakon is a fictional and experimental work on literature. Places, names, personalities, thoughts of characters, clothes they wear, personal objects, ages, gender, movements, silence, eyes, lips and the actions characters may play or omit  are just poetic creation, anything else is purely coincidence.

Most rights reserved.


Clarissa Lake

Wednesday 11 February 2015

Medium

Durante muito tempo eu fui como Paulo, o evangelista. Cético, cínico, falso poeta e filosofo. Deus e o mundo espiritual não passavam de uma piada de mau gosto. 
Nem sempre foi assim. Já fui cristão pelas aparências e até seguia alguns princípios da doutrina espírita. Até eu conhecer uma pessoa que mudou tudo isso. Por uma questão de respeito e consideração, não vou citar nenhum evento ou situacão que possa remeter a este espírito (encarnado) que contribuiu para deixar-me cético, confuso e mais tarde doente da alma.
Como todo espírito evoluído moralmente eu sofri como uma criança abandonada na lata de lixo, sofri como o viciado na sarjeta bebendo cachaça. Parei de acreditar em tudo o que era bom e justo, passei a amaldiçoar Deus e sua criação, doente mental, insano, árvore seca e infrutífera que em seu desespero egoísta não conseguia dar bons frutos.
Até que um dia eu estava a vagar pela capital do país, já de madrugada, o sereno e o frio não me incomodavam, estava lunático, a beira do suicídio quando aquele espírito apareceu para mim.
Era uma garota de uns dezesseis, dezessete anos. De costas ela parecia normal, mas ao virar o rosto eu vi vermes saindo da sua bochecha, cheiro de enxofre da boca, ela babava e olhava para mim com o mais puro ódio.
Nesse dia, mesmo depois de grande, adulto, corajoso, violento, frustrado, senti o maior medo, achei que meu coração fosse parar. Fiquei congelado. Mijei nas calças e quase fiz coisas mais nojentas. Corri sem saber pra onde, sabia que a loucura havia se apossado de mim: Só me restava o suicídio.  “Eu sou sua ex-noiva. Lembra?”
Por ser ateu eu jamais diria que aquela aparição era um espírito. Não, aquela forma é simples degeneração cerebral, e eu andava usando muitas drogas. Não era aquilo, e os calafrios não passavam. O toque das mãos dela no meu rosto era frio como o congelador. Resisti o máximo que pude à insensatez ou a fantasmagoria. 
Daquele dia em diante os espíritos sentiram-se a vontade para aparecer, e como perceberam que eu tinha medo, não me deixavam dormir, estudar, tocar piano.  Que tipo de remédio poderia curar esta doença eu não sabia. Eles chegavam, sentavam no sofá de casa, ligavam a TV, fumavam meus cigarros, compartilhavam minhas bebidas, drogas e prostitutas. Sempre ao redor, não importa o que eu estivesse fazendo. Nem para tomar banho eu tinha privacidade, sempre um espírito a espreitar minhas ações, me colocar um terror, me fazer ter vontade de colocar uma bala na própria cabeça. 
Até que um dia um deles resolveu falar comigo: disse que não ia me deixar em paz nesta vida ou na próxima, pois eu estive com a amada dele.Eu até me senti culpado no começo. Muito atormentado na verdade, eu ainda não sabia que ele era um filha da puta mentiroso. Disse-me que em outra vida, lá pelo século XVII, eu o assassinei impiedosamente. Mais tarde eu descobri como isso aconteceu, lendo livros do Chico Xavier e indo até a Sociedade Espírita da Capital: realmente eu o havia assassinado, e faria o mesmo hoje ou a qualquer momento: Eu não me faço de cordeirinho para levar a sua alma, caro leitor. 
Este espírito do século XVII era um artesão de quinta categoria, morava em Veneza e tinha seu cargo na Guilda. Minha filha de onze anos ingressou na escola de pintura, e como o mestre estava sempre ocupado, este sujeito de nome M. acabou sendo seu professor.
Um dia, fui visitar minha amada garota na corporação e ela estava envergonhada, chorando, não queria falar. Ao observar suas roupas, percebi pequenas manchas de sangue no vestido. Ela me disse que esse senhor M. havia mostrado o pipi pra ela, e que se ela contasse pra papai ele iria matar nós dois.
Não disse nada. Levei ela pra casa e a ama tratou de dar banho, chá, sopa e colocar ela na cama. Quando ela já estava dormindo, eu peguei o primeiro instrumento que vi na frente e sai andando pelas ruas.  Quando cheguei na guilda o safado estava rindo, fez uma piada e veio me cumprimentar, como se ele fosse Iago de Shakespeare, falso, nocivo e imundo. Só que eu não era inocente como Roderigo ou Otelo.Sou mais um tipo doente de amor como Hamlet e pessismista como Macbeth.
Primeiro bati nele com as mãos, depois abri seu cérebro com o martelo. Para finalizar havia uma escopeta no armazém, estava com tanto ódio que carreguei de chumbo a arma, voltei, enfiei o cano bem no fundo da garganta do desgraçado e apertei o gatilho gritando MALEDITO! FILHO DE PUTANA!  
Até hoje ele me odeia, mas eu quero que ele se foda. A esposa dele na época tentou vingar-se de mim, mas eu quebrei uma braço dela e ela ficou tranquila. Pelo menos no século XVII. Nesta encarnação presente ela voltou fingindo me amar, hipócrita e falsa como uma cobra, no fundo ela queria que eu morresse para compensar o que eu fiz com aquele lixo do marido dela: Pobre espírito frustrado! Ela até tentou, mas a luz que existe dentro de mim é onipotente. 
E outros vieram, débitos do passado que não contavam em nenhum extrato bancário. 
Estes espíritos sedentos de sangue e vingança foram os primeiros que eu consegui dominar. Espíritos viciados em cocaína, maconha, cigarro, espíritos perversos ligados aos prazeres do corpo e atrelados a esta matéria bruta. 
Mais tarde percebi os espíritos hipócritas. Estes sim são a maior fonte de perigo. Eles falam, agem e dizem as coisas mais sinceras e boas para nossas vidas, eles nos dizem qual o melhor caminho a se tomar na vida e acabam nos protegendo, como anjos da guarda.
Eles parecem iluminados, anjos mandados pelo próprio Senhor para nos orientar em momentos difíceis. Mas no fundo, estes espíritos iluminados são tão egoístas quanto os pobres encarnados. Eles precisam se alimentar dessa falsa moral que construiu nossas sociedades, são os equivalentes aos partidos conservadores de direita, e seus valores ainda são puramente materiais.
Para atingir meu objetivo, que era resgatar um amor perdido, um desses espíritos falsos sempre me acompanhava. Percebi a sua índole pelo caminho que ele estava me conduzido: “Para ter ela de volta você precisa trabalhar, se esforçar”, ou seja, ganhar dinheiro. Mas qualquer cristão hipócrita sabe que dinheiro, desejos e posses materiais não são o caminho para chegar até o Senhor. No fundo eles sabem que vão sofrer mas eles querem a todo custo desfrutar das migalhas e sobras dos poderosos, para poder ter o mínimo de orgulho e poder pisar em alguém.  Fama e dinheiro não foram propostas de Jesus Cristo no meu modo de ver as coisas.  “Faça o que todos fazem pois este é seu desígnio espiritual”.
Mentira. No final das contas eu sabia que para ter meu amor eu teria que enriquecer, ou pelo menos me esforçar como um louco para garantir meu carro e meu apartamento. Só que esta busca de realização pessoal não tem nada a ver com o espírito.
Tem a ver com a lógica do capitalismo e da competição desenfreada e eu não queria entrar neste jogo. As sugestões dadas pelo espírito hipócrita eram até boas: “Faça academia, tenha um físico bonito. Pare de fumar. Passe em um concurso público”. Seja um produto atraente para o mercado de mulheres. Não, obrigado, meu caminho é outro.
Quando eu mostrei para esses espíritos o quão viciados e luxuosos eles são, ficaram furiosos e prometeram acabar com a minha paz.  Só que eu não sou qualquer espírito. Não sou melhor, não sou mais evoluído e muito provavelmente estou abaixo de você em muitas coisas.
Contudo, eu não vim do Nosso Lar, de Capela e de nenhuma outra colônia espiritual conhecida por aqui.
Quando estes hipócritas desencarnados ameaçaram a integridade do meu espírito eu tive que revidar: Durante um sonho, conduzi  o meu espírito para o Umbral, que é quase um inferno para aqueles que dão ouvidos para estes duas caras desmaterializados. 
Procurei o espírito mais poderoso do Umbral e deixei bem claro pra ele que se ele continuar insistindo em me atormentar, eu iria destruí-lo.  Ele riu bem alto, com os dentes podres, olhos vermelhos e ossos saindo dos ombros. Chamou toda a horda de espíritos ruins para me colocar medo, disse que por ter feito isto eu jamais sairia do sonho, morreria ali mesmo e seria escravo deles.
Enquanto ele falava eu via cenas de brigas, mortes, gritos de histeria, adultos transando freneticamente, orgias no meio da lama e vozes e mãos que tentavam pegar em mim e me arrastar, me conduzir para este pequeno inferno.
Quando percebi que realmente estava para desencarnar, tive fé: Chamei por Deus do fundo de minha alma e parece que fez efeito. Uma luz começou a emanar do meu espírito, ficando cada vez mais intensa ao ponto de meu espírito tornar-se uma labareda  e fritar todos espíritos do Umbral.  Leia denovo esta frase: Fritar. Quem foi que disse que espíritos não sentem calor e frio? Que não podem sentir dor? Eles podem inclusive morrer definitivamente, mas isso eu vou deixar pra lá. 
Esta história não vai ser contada por André Luiz, Fénelon e nenhum outro, a sociedade espírita vai dizer que eu sou louco e inventei tudo isso, quiça até me processar. 
De uns tempos pra cá coisas estranhas tem acontecido. Eu continuo vendo, sentindo espíritos malignos em toda parte, encarnados e desencarnados. A diferença é que os mortos inteligentes passaram a me respeitar e os burros, duas caras a ter medo. Assim que eu gosto, agora posso viver minha vida humildemente. 
Quando algum espírito desavisado entra na minha casa, ele toma um susto tão grande que nunca mais volta. Agora, sou eu quem assusta os espíritos horrorosos dos mundos ínferos, estes que vivem a vagar por aqui e nos dizer o que temos que fazer.
E vou continuar assim, pois não há nenhum mal que possa chegar até mim e sair ileso.  Parece estranho, mas sou eu quem coloca os fantasmas para correr, eles tem medo de mim e os mais sábios me respeitam como um Deus. Nenhum deles se mete comigo ou com quem eu amo.
Hoje estou protegido, calmo e cada dia mais forte. Como diria Nietzsche, o que não nos mata, nos fortalece.  Fico feliz em saber que nem todo espírito aqui na Terra está expiando. Não é este o meu caso. Não tenho dívidas e aqueles que querem cobrar o que eu não devo, merecem sofrer. Eu sou sádico e sei  pegar pesado com quem gosta de ser mal. Entretanto sou uma alma caridosa e nada me alegra mais que gentilezas. Só que o mundo não é feito apenas de pessoas gentis. Muitos hipócritas vivos e mortos e eu não tenho paciência com um nem com outro. 
Não sou apenas um espírito. Sou plasma. Sou fogo. Sou energia. Sou luz. Portanto posso fazer muito mais do que qualquer humano. Não sou melhor nem pior que você: Sou diferente, sou de outro sistema.  Um dia vou voltar pra lá e contar para o meu povo como vocês ainda são patéticos aqui, encarnados ou desencarnados. Entretanto, eu ainda tenho fé na humanidade. Mesmo sendo tolos, vocês vão atingir uma pequena evolução moral daqui uns trezentos anos. Tenham fé e lutem: O medo é a fonte de todos os prazeres.



In memoriam

Chico Xavier


Clarissa Lake - Experience #1

Sunday 8 February 2015

Next life

The day that you will understand me will come.
A thousands years from now, perhaps.
That's fine. I'm not in a hurry.
A hundred years from now
Your spirit will be free of this prison
So does mine
"We were such fools"
And hug each other
This is not the day.

Today is the day to wake up early, pay your bills,
Think about your marriage, feed your dog, study for the exam,
Wash the car and say Good Morning to the neighbor.
Today is the day for newspaper, milk, cookies and hidden jealousy.

Today is the day to respect your choices
No matter how puerile they are.
Today is the day to have strong faith.
Because it's everything which I can really have.

I don't mind for minutes or centuries.
I really believe good things can happen.
This is why they call me silly.

I have faith life is very much alike the novels.
The evil is powerful, stronger and win during all the time
But In the end...the Good power will overcome
But this is not the day
This is the day for patience and another hour wasted in the traffic.
This is the day for sick poets and bad poems.
Another day to think about you and not see you.
Another day to rethink my life.

"She will never believe you.
She sees you as a completely mad one"
I don't mind.
I don't mind if she listen to me when I'm mad
And despise me when I am sane.
I love her more than anything in the universe.

If I can stay without the one I love
I can stay without everything:
I don't need alcohol.
Cigarettes.
Computers.
Dreams.
LSD.
Pot.
Cocaine.
Butter.
Television.
Sugar.
If I can stay without my sweet flower
I don't need any thing  else.
Keep waiting until the next life
There we are understanding each other
As the old frame that insists to persist
In my memory.
Making my heart beat fast
As the heart of a happiest kid.

"Do you remember what you did to me"
"Now do you expect friendship?
Do you really wanna know? You scare me"

This is what I want.
This is what I like.
If you don't know if I am that simple guy
Which used to give you roses
And cite poems
Or a freak murderer
If you really had no idea about the difference
My purpose is done.
Because that's my intention.
Create things which never existed.
Sorry if I have too much imagination.
I never meant to hurt you.


Poets have no moral sense of things.
I am quite sure you will comprehend
And send myself to that horrible place.
I laugh because it's your voice.
This is the day we look to each other as friends once again.
Do not trust me yet! Do not trust any poets.
They are all lonely and insane
Wasting their years with words
I don't mind. Things pass
And I live my life waiting for the day in the next life
Because in this life you already made your choice.
I accept and wish you the best.
Until the day the universe will fade.


Clarissa Lake - ?