Wednesday, 20 January 2021

 Eu a conheci há muito atrás. Quando o tempo ainda era muito jovem. Antes de tudo começar, quando todos estavam em harmonia com as forças da vida. Tudo começou com um sorriso. Eu e ela, pelos prados e montanhas, desertos e rios, tropicais e temperados.

A natureza nos iluminava. O brilho estava sempre presente. Mas a Inconstância, uma deusa perversa, invejara a nossa relação intíma. Tudo o que tínhamos era o prazer de respirar, ver a luz do dia e penetrar em seus olhos castanhos. 


O sorriso dela era tudo e as necessidades naturais a natureza nos dava de sobra. Inconstâcia, agiu para perverter minha mente com ciúmes. E perverteu a cabeça dela contra mim, fazendo-a acreditar que eu estava tendo um caso com uma ninfa qualquer. 


Essa deusa invejosa, junto com o conluio de deuses olimpícos conspiraram, tramaram, fizeram intrigas, até causar a depressão e o falecimento dessa jovem flor, que era o brilho da minha vida.

Quando cheguei perto do corpo dela, seu peito não estava palpitando. Tentei jogar ar dentro dos pulmões dela. Sacudi o corpo dela, e comecei a bater em seu peito violentamente, e de maneira vã, porque seu coração já parado antes dela morrer.

A corrupção divina a subjugou e a fez perder o viço e logo, virando automâta de um sistema divino, abandonou a própria vida. Ningém a havia ferido. Não morrera de nenhuma doença conhecida. O coração dela deve ter parado de tristeza. 


Perdi o juízo. Na minha saga de enfrentar os deuses para vingar-se da minha amada acabou com esse universo diversas vezes. Quando tentei voltar no tempo, para desfazer as desgraças divinas, causei problemas sérios nas forças primárias do universo e quando estava voando por dimensões, me dei conta de que atrás de mim estava o turbilhão de todo o espaço com galáxias, estrelas, sistemas inteiros implodindo e explodindo, crescendo e diminuindo, o meu voo apenas intensifica algo que não posso mais mudar.


Espero o momento mais oportuno. Deixo o universo fazer-se novamente. Espero uma outra chance. 

Quando essa chance ocorre eu apelo para a demência: numa era em que a terra era habitada por uma variedade biológica enorme, eu tentei ressuscitá-la com socos no peito, mas ela não respondia. No auge da força fui buscar um meteoro de proporções enormes para chocar-se contra o peito dela e fazê-la ressuscitar. 


Funcionou, e isso dividiu os mares e crious os continentes, mas naquele momento eu enfraqueci e caí nos mares congelados e ela ficou muito tempo a minha procura. Agora tenho uma nova chance. E agora não irei falhar. 

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